quarta-feira, 14 de julho de 2021

Bolsonaro quer criar justificativa para provável derrota na eleição de 2022 ao anunciar que vai judicializar o resultado da eleição

 


O presidente Jair Bolsonaro ultrapassou limites ao atacar o Tribunal Superior Eleitoral, querendo gerar crise ao impor o voto impresso que ele batizou de voto auditado. A queda de braços com os ministros do TSE é um delírio do presidente da República, na avaliação de todos envolvidos no processo de criação do sistema  do voto eletrônico e do seu funcionamento. Os técnicos consideram impossível alguém alterar resultados dos boletins de urna que saem dos computadores após o eleitor sacramentar o voto. 

O presidente, além de ter criado um problema institucional ao declarar que sem a aprovação do sistema eleitoral que lhe convém para, se derrotado, dizer ao Brasil que foi vítima de fraude, copiando seu amigo americano Donald Trump, foi mais além ao declarar que na atual conjuntura do processo eleitoral “já se sabe quem é o vencedor”. Bolsonaro está convencido que existe toda uma orquestração nacional para recolocar o ex-presidente Lula de volta no Palácio do Planalto. A leitura política do presidente é vista como jogada de marketing para se vitimizar nada mais, na avaliação de experientes grifes e águias do mundo politico, como Miro Teixeira e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.  Na verdade, os ministros do TSE consideram uma manobra política, um equívoco criado pelo presidente e assessores para gerar polêmica. 

Color, Fernando Henrique, Lula, Dilma e o próprio Bolsonaro foram eleitos com votos computados na urna eletrônica. O candidato Aécio Neves, derrotado por Dilma Roussef pediu recontagem, os votos foram auditados e o tucano aceitou, aliás o PSDB lançou nesta segunda-feira, nota onde deposita confiança no sistema eleitoral brasileiro.

O que atormenta o presidente Bolsonaro é não conseguir ser o presidente que sonhou e não conseguir cumprir o que prometeu para a população que apostou nele, para combater a corrupção e construir um país próspero. Bolsonaro insiste em fazer discurso contra ministros da alta corte, líderes do congresso para atender um grupinho de internautas e milicianos cariocas. 

Não se pode negar que o presidente tem certa razão ao duvidar do processo eleitoral. A cada eleição, de forma equivocada, e com anuência do TSE, o Congresso Nacional aprova uma Lei Eleitoral. Bolsonaro foi deputado federal por 28 anos, conhece as manobras políticas que constroem uma eleição no Brasil. Fica a lição, na qual, o país precisa de leis duradouras, principalmente a que estabelece eleições e seu processo de e execução. A transparência é fundamental na democracia.