quarta-feira, 16 de junho de 2021

PSDB define prévias para escolha do candidato a presidente com Doria, Leite e Tasso na disputa

 

O PSDB decidiu, em nova reunião da executiva nacional, nesta terça-feira (15), por 20 votos a 11, que as prévias presidenciais do partido serão por eleição indireta, com 25% de peso para filiados e 75% para mandatários.


A medida foi uma derrota para João Doria (PSDB). O governador de São Paulo defendia que a proporção fosse de 50% para filiados e 50% para mandatários.


Seus aliados sugeriram, como meio termo, 35% a 65%, proposta que perdeu na votação.


Doria confirmou que quer ser o candidato do partido à Presidência da República. “Vamos disputar as prévias, respeitando todos os candidatos. Mas vamos trabalhar pra vencer. E somar forças com todos para fortalecer a candidatura do PSDB. E ajudar o Brasil”, disse o tucano ao jornal.


As regras das prévias presidenciais deveriam ter sido resolvidas na última terça (8), mas, diante de impasse entre propostas apresentadas, tucanos votaram por adiar a decisão em uma semana. Nesse período, a ideia era que Doria e seus adversários internos -Tasso Jereissati (CE), Eduardo Leite (RS) e Arthur Vírgilio (AM)- chegassem a um consenso.


Na última terça, a cúpula do PSDB aprovou por unanimidade somente a votação indireta com pesos entre filiados e mandatários, mas sem estabelecer os percentuais, o que abriu uma brecha para que Doria

 tentasse emplacar sua tese.


Apesar de terem mantido conversas ao longo da semana, os quatro tucanos chegaram à reunião sem convergência. Doria sinalizou que aceitaria qualquer regra, num ato de boa vontade que seria recompensado com um aumento da participação dos filiados.


​Aliados de Doria pressionavam por maior peso dos filiados porque São Paulo concentra a maior fatia deles -cerca de 22% de 1,36 milhão, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).​ O número de filiados regulares e identificáveis, no entanto, é bem menor, algo em torno de 658 mil, segundo as primeiras apurações do PSDB.


Os paulistas chegaram a propor, na reunião, que o peso dos filiados subisse para 35%, mas encontraram oposição de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul.


Na reunião, Tasso e Leite defenderam a manutenção dos 25%, conforme foi desenhado por uma comissão tucana liderada pelo ex-senador José Aníbal (SP).


Segundo Marco Vinholi, presidente do PSDB paulista e secretário do governo Doria, a ideia de propor 35%, e não 50%, foi feita na tentativa de obter unidade, mantendo a maior participação dos filiados. 


“O aumento de filiados foi colocado para alcançar o modelo mais democrático possível. Mas, em termos de condição para vitória de Doria, temos um percentual similar em ambos critérios”, afirma.


São Paulo, de fato, sai na frente em qualquer cenário, por concentrar não só os filiados, mas prefeitos, vereadores e deputados. Vinholi afirma ainda que Doria aceitará as regras e buscará diálogo com todos os tucanos na tentativa de viabilizar sua candidatura presidencial.