segunda-feira, 7 de junho de 2021

Bolsonaro é habilidoso e no jogo político atua com sabedoria. Cada palavra e movimento são planejados


Bolsonaro foi eleito presidente da República para ser diferente. Tinha duas pautas: promover reformas no serviço público e pôr fim a corrupção. Não cumpriu nenhuma delas. Ao longo do mandato descobriu um espaço vazio e ocupou: a tese do contra e utilizar as redes sociais. 

Se Bolsonaro tivesse nascido em Várzea Alegre, cidade do sertão do Ceará, se diria que ele seria filho da “terra dos contrastes” pelo modelo que adotou de caminhar de forma centraria no estilo de governar.  Mas o que ele faz, faz sentido. Bolsonaro não queria a vacina, fez confusão para não comprar imunizante. Tudo balela, o presidente quer imunizar o Brasil em 2022, ano da eleição. Bolsonaro não queria pagar o auxílio emergencial de R$ 600. Balela, ele queria sim, mas só em 2022, ano da eleição presidencial. Bolsonaro desmoralizou partidos políticos. Ele ficará com um para si. Bolsonaro encheu seu governo de militares para impedir nomeações de políticos profissionais. Balela. Os cargos foram guardados e tem sido entregues ao centrão para fortalecer seu projeto de reeleição.  Bolsonaro foi o único político brasileiro que fez algo diferente ao fazer o contrário que todos fazem. Certo ou errado, ele tem sido diferente. O eleitor vai decidir se aprova ou reprova seu estilo. 

Bolsonaro desmoralizou oficiais do exército para exibir seu estilo de manda chuva. Em cima de um palanque chamou um general da ativa de “nosso gordinho”, numa clara declaração “jocosa”, para quem veste uma farda verde, estrelada da ativa. Com a aposentadoria garantida com a patente de general e um salário de R$ 35 mil, Eduardo Pazuello não está nem aí para as forças armadas, se diverte com Bolsonaro, no estilo “ele manda, eu obedeço”. Esse exemplo Bolsonaro usou para dizer que manda no exército, na PM e na Polícia Civil. Sem a oposição notar, Bolsonaro implantou um estilo, uma forma de fazer política, quebrando o modelo tradicional. 

Na sua agressividade política, governa um país com uma sólida base que nunca havia se manifestado publicamente, a direita ou extrema direita. Bolsonaro tem um exército de bolsonaristas em todas as áreas da sociedade civil, são voluntários prontos para entrar em ação no território eleitoral. Esse grande clube já atua diariamente nas redes sociais propagando mentiras e verdades, desde que favoreçam Bolsonaro ou um projeto contra a esquerda, anti-Lula. 

Todos os governos pagam institutos para medir a popularidade. É fato. As pesquisas do Palácio do Planalto devem exibir resultados que mostram onde o presidente pode conquistar o voto, fugindo daqueles que o governo jamais conquistará. Está claro que cada palavra, cada movimento de Bolsonaro é planejado. Bolsonaro é uma velha águia, um político habilidoso e não o “doidinho” que jornalistas e políticos tentam de forma equivocada exibir para a sociedade.