segunda-feira, 5 de abril de 2021

Moésio Loiola vence Covid19 e recebe alta



“MOÉSIO LOIOLA E OS BASTIDORES


Uma das grandes referências da radiofonia cearense - quiçá brasileira - é Moésio Loiola.


Conheci-o na década de 1970. Eu (repórter do O POVO), Moésio Loiola, Zé Linhares, Océlio Pereira ... Cobriamos Fortaleza.


Teve um ano que o Fortaleza estava muito mal. O Ceará dava baile e ganhara dois dos três turnos.


No microfone, Moésio bateu forte no time porque o Fortaleza era só peia. Claro que batia com o intuito de ajudar. Numa segunda-feira, Moésio bateu mais forte para tocar no âmago do elenco. No dia seguinte, terça, Moésio, um magro alto, uns 23 anos, chegou no Pici para cobrir as atividades do dia. A torcida o cercou, como se quisesse agredí-lo. Moésio a nada respondia. Nós, também repórteres, ficamos ali ao lado do Moésio, como um tipo de proteção.


Eu era do O POVO e correspondente da Revista Placar. Aproveitei o mote e com base nas informações do Moésio, fiz uma matéria para a Revista Placar, da qual fui correspondente por 10 anos, no Ceará (ser funcionário da Editora Abril não era para todos...😂). 


Na matéria para a Revista, contei a situação do Fortaleza.


Minha intenção, também, era mexer nos brios da diretoria e do elenco, assim como Moésio Loiola fazia na extinta Rádio Uirapuru da rua Quintino Bocaiuva, 962.


Pois bem. Fui nos Correios do centro, gravei e mandei a matéria pelo Telex (é o novo, saudoso Neno Cavalcante!).


Lá, em São Paulo, porém, aconteceu o que não esperava. Quem titulava as matérias era o competente chefe de redação da Placar, o saudoso Marcelo Rezende.


Sabe qual foi o título da minha matéria?


"Bagunça Futebol Clube".


Rapaz, a Placar tinha muita moral. Toda semana esgotava e era uma dor de cabeça para a Distribuidora Alaor. Ela vivia ligando pra São Paulo, pedindo mais revistas.


Sim, o mundo desabou, agora, em cima de mim. Mas, não liguei porque a imprensa existe, justamente, para cobrar o certo.


O resultado foi o seguinte: o time do Fortaleza se tocou e foi pra cima do Ceará, ganhando o terceiro turno.


Ceará (dois turnos) e Fortaleza (um turno) foram pra decisão, com o Ceará jogando pelo empate para ser campeão.


O Fortaleza venceu três seguidas, uma das quais de 4 a 0, e levou o título para o Pici, num dos titulos mais emocionantes do Fortaleza, considerado, na época, uma Fênix, a ave que renasce das cinzas, segundo a mitologia grega.


Então, Ígor Loiola, esta é uma das histórias de seu pai, que sempre foi grande na acepção da palavra e defensor dos mais sofridos e marginalizados. Foi exemplo como parlamentar, com que convivi de perto, quando eu cobria as atividades da Assembleia Legislativa para o Diário do Nordeste, e como prefeito de Campos Sales.


Moésio Loiola sempre foi sério, honesto, leal e grande profissional. Siga-o e você, também, será um grande homem ...


PS - Ígor, mostre pra ele e veja se Moésio lembra desta história?


Dê meu abraço de parabéns ao Moésio Loiola pelo aniversário e pelo restabelecimento da saúde.


Luciano Santos

Jornalista”