quarta-feira, 24 de março de 2021

O pico ou o platô. A pandemia contaminou, também, a política

A pauta número um do Brasil é a pandemia de coronavírus. A segunda pauta é  a queda de braço entre o presidente Bolsonaro e governadores. O presidente tem convicção de que o mote da pandemia no país, com aumento de mortes, é uma articulação de esquerda para lhe tirar o mandato. Ele construiu, na sua mente, que existe um movimento para lhe empurrar no abismo e está lutando para sobreviver. Do outro lado, governadores convictos de que a pandemia é a destruição de famílias, da economia, da educação e atinge em cheio a classe política. Os pensamentos ainda não se uniram, os lances e movimentos distanciam a todos. O ponto central que pode resolver é a vacina, solução simples para acalmar a Nação. O empresário Beto Studart defende essa tese.

Relutante de início, o presidente aparenta, agora, querer comprar a vacina, sinalizando claramente que teremos a imunização. Mas, não tem acordo sobre ajudar estados e municípios, sem que a população seja liberada, acabando o isolamento social. Bolsonaro marcou seu território. Com isolamento social e lockdown, não tem conversa. 

Estamos passando pelo pico da segunda onda da Covid 19, no Brasil. Os especialistas acreditam que o platô já está sendo diagnosticado em alguns estados e, seguida, haverá a redução da contaminação e das mortes. O Brasil atingirá, antes do final de semana, 300 mil mortes por Covid-19. Assustador número que, certamente, vai escandalizar e colocar o Brasil na agenda negativa do Planeta. Isso machucará a política, colocará obstáculos para os negócios e irá criar um sentimento de falta de esperança para o combate ao coronavírus. A pressão social vai aumentar, acarretando consequências.  

O coronavírus contaminou a política. A política contaminou o combate à doença. Sem entendimento, todos poderão sair destruídos. O eleitor é muito sensível, quando a política mexe negativamente no seu bolso e na sua família. Reafirmo: a vacinação urgente é a saída para Bolsonaro e governadores. O contribuinte, o eleitor, resolve na urna, em 2022, quem merece seguir nos cargos que ocupam.