sexta-feira, 5 de março de 2021

O levante de governadores e prefeitos

O presidente Jair Bolsonaro convocou suas tropas cibernéticas e partiu para o ataque contra governadores e prefeitos. Armas como WhatsApp, Facebook e Instagram estão sendo usadas. A guerra é visível nas redes sociais. De Norte a Sul, Leste a Oeste, as redes sociais sangram os governantes estaduais e municipais. 

O massacre, via internet, tem o objetivo de levantar a bandeira na qual governadores aumentam impostos sobre combustíveis, alimentos e remédios, tornando inviável a economia, subtraindo de forma ostensiva a renda do trabalhador, do caminhoneiro e travando a ordem e o progresso. Pior: não liberam a população para ter uma vida normal, em sociedade, mesmo com a pandemia. Aos prefeitos, fica a pecha de ladrões, recebem dinheiro para combater o Covid-19 e desviam para seus bolsos. 

Resultado da primeira batalha, o país desgraçadamente caiu numa vala comum e duplicou o número de mortos por Covid-19, as UTIs não atendem a demanda de infectados sem condições de respirar. Na outra ponta, a conclusão dos estrategistas, na qual somente a vacina resolve. O general especialista em logística não comprou e faltou o principal combustível para vencer a batalha: a vacinação em massa.

Governadores e prefeitos decidiram se unir, em levante nacional. Como não conhecem trincheiras e logísticas, construíram um consórcio, uma espécie de fórum e passaram a utilizar uma só linguagem. As respostas são duras, firmes, mostrando números e resultados. Tudo assinado por todos e usando as mesmas ferramentas virtuais. Assim, devolvem os ataques. A parte do achincalhamento ignoram. Os responsáveis por estados e municípios desprezaram a baixaria. 

Em manobra tática, governadores e prefeitos procuraram mediadores para sangrar o gabinete da guerra cibernética: o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. No STF, obtiveram a vitória para comprar a vacina, caso o governo não compre. No Senado e na Câmara Federal , conquistaram não só o direito de compra da vacina, como o apoio das duas Casas para obrigar o Ministério da Saúde a adquirir, de forma emergencial. A batalha segue nos bastidores de Brasília e nos grupos de internet. 

A parte da população que não tem envolvimento, nem lados, pouco sabe sobre os bastidores que envolvem personagens da vida pública brasileira. Implorando, chorando com suas famílias, querem vagas nos hospitais, tratamento para o Covid-19, vacina e seus empregos de volta. 

A artilharia criada para esse momento da vida brasileira não é oportuna. Melhor seria todos desarmados, com bandeiras da paz, sentados à mesa e olhando para o mapa do Brasil, a se resignarem e promoverem uma união nacional, em nome da saúde, da volta do emprego e da busca de projetos para o país crescer.