quarta-feira, 3 de março de 2021

Brasil sem rumo e massacrado pela pandemia que varre o mundo

Quem pode consertar o Brasil? A pergunta é comum entre os brasileiros que acompanham a tragédia pela qual passamos, do ponto de vista econômico, do emprego, da ética. Uma pandemia devastadora. 

Estamos incluídos entre os países onde mais morreram pessoas vítimas de Covid 19. Dos mais de 2, 5 milhões mortos no mundo, o Brasil tem cerca de 250 mil, 10% do total. Ocupa a segunda colocação, em um ranking liderado pelos Estados Unidos,  com mais de 500 mil mortos. 

A Nação testemunha a desarmonia completa entre as autoridades públicas, cidadãos e cidadãs com a outorga de equilibrar a sociedade e promover seu bem estar. Estamos, a cada dia, mais distante da tal harmonia propalada, que faz parte de cláusula intocável da Constituição Brasileira. 

Parte de Brasília, capital do país, sede do poder central, o infame prelúdio da quebra da aliança. Sede dos três poderes, suas excelências de toga, paletó e gravata e gabinetes luxuosos tinham obrigação de ser guardiães das soluções a serem distribuídas ao país, com saídas comuns, caminhos certos a percorrer, para se poupar empregos, vidas. Mas, o que o momento nos apresenta é de caminho escuro, sem saída a curto prazo. 

Lamentável para um país pacifista, de um povo que vota, acreditando na boa vontade e ricas intenções de parlamentares e governantes. 

O ex-deputado e ex-governador de São Paulo, Mario Covas, ao lado de Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Leonel Brizola, Luiz Carlos Prestes, defendeu o Congresso Nacional, antes do seu fechamento pelo AI-5. “Cercear a casa da liberdade é fechar a porta da democracia. Nunca!”, disse, da tribuna, o grande orador Covas, antes de partir para o exílio. O Brasil gastou 15 dias de energia política com o deputado Daniel Silveira (PSL), um parlamentar que defendeu o AI-5 e colocou um zíper na boca de cada parlamentar. Nesse período , deveriam ter debatido a união dos poderes, para não levar ao matadouro milhares de brasileiros. Poderiam ter resolvido a compra de vacinas para reduzir o grau de contaminação entre os que estão padecendo sufocados, sem ar, asfixiados na porta das emergências dos hospitais, de norte a sul do país. 

As autoridades que detém o poder nas esferas decisórias, precisam olhar o brilho nos olhos dos que conseguem sair dos hospitais com vida, após vencer o coronavirus. Esses poderosos, que aí estão, sem projetos e planos para o Brasil, precisam conhecer as UTIs e enfermarias, que mais parecem hospitais de campanha em tempos de guerra. O limite dos suntuosos prédios, com gabinetes luxuosos, produz caminhos turvos de lucidez para os que decidem. As imagens parecem não mais sensibilizar. 

A briga política, a eleição de 2022, os acordos de salvação de mandatos e os conchavos para construir derrotados e vitoriosos não cabem nessa etapa em que o Brasil está sob testagem. O melhor é arrumar a mesa, sentar, resolver os problemas. Adiar será promover genocídio. Aliás, a palavra genocídio está na mesa política.