quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Genecias Noronha e a coordenação da bancada cearense na Câmara Federal

Por Luiz Cláudio Ferreira Barbosa, sociólogo e consultor político

O mês de janeiro trouxe uma certeza entre os parlamentares cearenses no Congresso: a das eleições dos candidatos governistas no comando da Câmara e do Senado. Uma nova interlocução dos deputados federais e dos senadores, com a Esplanada dos Ministérios, é necessária, pois o governador do Ceará, o agrônomo Camilo Santana (PT), ainda mantém um posicionamento oposicionista ao presidente Jair Bolsonaro. 

Então, a indicação do coordenador da bancada cearense, sem dúvida, precisava ser de um político moderado e com excelente trânsito no Palácio da Abolição e no Palácio da Alvorada. A escolha óbvia foi o deputado federal, Genecias Noronha, que é o presidente estadual do Solidariedade. 

O presidente Jair Bolsonaro não mantém boa relação, no campo político-institucional, com o governador Camilo Santana (PT) e, muito menos, com o grupo do senador Cid Gomes (PDT), num momento em que o Governo Estadual precisa dos recursos financeiros do Tesouro Nacional. Camilo Santana compreendeu a necessidade de refazer a sua parceria com o Planalto, de uma maneira indireta ou na construção de um excelente interlocutor, da sua total confiança, em Brasília. O deputado federal Genecias Noronha (SD) tem a missão de coordenar a bancada cearense na Câmara, porém, a sua principal função é a manutenção das pontes entre o Estado do Ceará e a Esplanada dos Ministérios.

A certeza das incertezas já faz parte do universo da classe política local. O pleito eleitoral de 2022, para o Governo Estadual e o Governo Federal, sem dúvida, será dividido entre os bolsonaristas e os anti-bolsonaristas, no Ceará. O ano de 2021 ainda terá espaço para as forças moderadas do campo político-administrativo, com a coordenação do deputado Genecias Noronha, nos próximos 12 meses. É um tempo precioso para os cofres do Estado do Ceará virou um coringa da política cearense.

O bloco partidário (PROS-Podemos-PSC-Republicanos) oposicionista ao governador Camilo Santana (PT) já saiu do campo político intitulado de independente, para a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro. Assim como o bloco partidário (PP-PL-PSD-PTB) do centrão cearense, que não poderá ser, ao mesmo tempo, aliado do Palácio da Alvorada e do Palácio da Abolição. O único campo político chamado de independente ou moderado estará sob a chancela de Genecias Noronha, entre os seus pares, no eixo Fortaleza -Brasília-Fortaleza. 

As discussões sobre as reformas administrativa, tributária e fiscal, também, farão parte da responsabilidade do coordenador da bancada parlamentar cearense sob o comando do deputado em Brasília. Genecias deverá manter estreita relação institucional, com as seguintes entidades: FIEC, Fecomércio, CDL, CIC, Associação dos Prefeitos do Ceará (Aprece) e União dos Vereadores Cearenses (UVC), dentre outras. 

É muito importante o papel do coordenador da bancada cearense no Congresso, nesse período anterior ao pleito eleitoral de 2022. Genecias deverá fazer um excelente trabalho, como mediador dos interesses da sociedade cearense e a burocracia de Brasília.