sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Territórios religiosos de Juazeiro do Norte e Canindé não progridem por conta da corrupção

Juazeiro do Norte e Canindé têm muitas coisas em comum: são territórios protegidos pela igreja, terra santa, pontos de romaria, devoção, orações e repositório de esperanças de milhões de nordestinos e brasileiros de várias regiões. Gente que acredita na força milagrosa do Padre Cicero e São Francisco.

É por meio da fé dos brasileiros, das romarias que Juazeiro e Canindé geram riquezas. Padre Cícero ao fundar Juazeiro do Norte foi estratégico, cirúrgico, cravou o município no centro do Cariri nordestino, viabilizando o comércio forte, tornando o lugar centro de distribuição de atacado e lugar de peregrinação. 

Até hoje, Padre Cicero é não só o maior feitor, como também o maior e melhor prefeito de Juazeiro do Norte. Sua memória revitaliza, todos os dias, a Meca do Cariri. 

Juazeiro sofre de uma doença que não deveria existir no seu processo político e administrativo. A forte e danosa má influência da sua Câmara Municipal, famosa por ter, entre vereadores, homens desprovidos de vocação política, honradez, presteza. Que só querem se beneficiar do Erário, do combalido cofre público.

Os prefeitos de Juazeiro do Norte são reféns de vereadores. Estão sempre próximos à guilhotina e têm o mandato interrompido, se não aceitarem a extorsão. O prefeito que resiste sofre o desgaste dos ataques e denúncias. Passa a ser considerado um pecador irreparável. Ao prefeito Gledson Bezerra, que foi vereador várias vezes, se deseja sucesso. A classe política torce para que ele governe, sem faca no pescoço ou a guilhotina lhe aguardando.

Em Canindé, não é diferente. A prefeita Rozário Ximenes está tentando tornar harmônica a relação com a Câmara de Vereadores, mas encontra resistências. A recente eleição da Mesa Diretora foi marcada por desavenças, troca de tiros e prisões. 

No Brasil inteiro, se tem notícias de maus feitos de vereadores nas relações com prefeituras. É lamentável. Os escândalos só não são maiores por conta da ação do Ministério Público, sempre vigilante. 

A  falta de fé, o abandono da ética e o firme propósito da fuga da obrigação de ser honesto custa muito à nação, aos estados e municípios. Terras santas como Juazeiro do Norte e Canindé, na avaliação até mesmo das pessoas de pouca leitura, deveriam ser ambientes de gente decente, honesta e produtiva. Triste saber que possuem mais pecadores do que o esperado. Essas cidades merecem mais amor por parte dos seus filhos.