quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Frete marítimo mais caro pode aumentar valor de produtos oriundos da China


Nos últimos 10 meses, o comércio exterior vem enfrentando dificuldades e está mais retraído, devido a pandemia que estamos vivendo. Com isso, menos navios estão navegando, o que torna o espaço para contêineres mais disputado, e, por isso, mais caro.

A redução no número de navios ocorre não só porque o mercado está passando por uma instabilidade econômica, mas também porque vários portos da China estão com menos gente trabalhando, e isso reduz a velocidade de movimentação das cargas - o que atrasa as viagens e provoca reação em cadeia.

A gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Karina Frita, explica que, ainda em 2020, muitas rotas de comércio para a China foram canceladas, o que acabou impactando diretamente na oferta e demanda, fazendo com que os valores dos fretes aumentassem.

“Esse aumento de preço é consequência de vários fatos atípicos, tudo ocasionado pela crise sanitária que estamos vivendo atualmente. A capacidade das companhias de ampliar ofertas e buscar reduzir fretes não está mais sendo uma possibilidade, o que mantém os fretes altos”, frisou Karina.

Diversos produtos, como equipamentos eletrônicos e roupas, trazidos por contêineres da China, sofrerão os impactos diretos deste reajuste, à medida em que forem ocorrendo os desembarques, já com o frete mais alto.

“Com uma mão de obra reduzida no setor portuário e no setor de transporte rodoviário, os contêineres têm demorado para sair do porto, bem como para retornar ao porto vazio. Em alguns países, o tempo para devolução dos contêineres aumentou entre quatro e seis dias. Diversos portos têm sofrido com o congestionamento devido à lentidão na movimentação de contêineres. Várias nações estão com suas logísticas afetadas e com capacidade reduzida”, acrescentou Larry Carvalho, advogado e especialista em transporte marítimo e comércio exterior.

Segundo Marcos Soares, empresário e presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC) o preço do frente aumentou significativamente, ficando mais caro que em janeiro do ano passado. “As empresas estão sofrendo muito com esses aumentos, muitas não estão conseguindo repassar os preços e estão tendo que absorver os altos valores”, ressaltou Marcos.