sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Falta de planejamento deixou o Brasil sem fornecedor de vacina

A vacina que imuniza contra o coronavírus é o produto da indústria farmacêutica mais disputado no mundo. Todos os países querem comprar o imunizante. É natural. Afinal, toda população do Planeta teme a Covid 19, um vírus letal. Hoje, a vacina tem preço em alta, como ocorreu com os respiradores no início do ataque do Covid 19, quando a população precisava deles para sobreviver nas UTIs dos hospitais. No momento, prefeitos e governadores estão sendo denunciados e presos por terem pago preços extorsivos aos fornecedores de respiradores, algo criminoso, em alguns casos, contra gestores honestos e que queriam resolver o problema para salvar vidas. 

Países como os Estados Unidos, Índia, China e os 28 do continente europeu têm a vacina garantida, através de contratos fechados ainda no nascedouro das pesquisas do imunizante. À Rússia saiu na frente e produziu sua vacina. 

O planejamento estratégico dos governos pelo Mundo garantiu a vacinação dos seus cidadãos. Um alívio para quem está aprisionado, através de um isolamento social, feito de forma espontânea ou por decreto, dado o terror diante do monstro que promove mortes, batizado de Covid 19. 

A China é o fornecedor da matéria prima das duas vacinas (Coronavac e AstraZeneca ) adotadas pelo Brasil e que serão produzidas pelo Instituto Butantan e a Fiocruz. O governo brasileiro, que detesta a China, só agora descobriu que o fornecedor do insumo para os dois imunizantes vem do país comunista. O governo silenciou. Busca saídas, quer encontrar caminhos. 

A política externa brasileira está sendo usada para reaproximar Brasil e China, países que se distanciaram politicamente, por conta das grosserias da família Bolsonaro e do próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Os chineses precisam muito pouco do Brasil, pela potência que se tornou. A carne e os alimentos do mercado brasileiro os chineses podem comprar nas prateleiras do mercado mundial, mas insumos matéria prima da vacina e produtos para combater o coronavírus os brasileiros não conseguem comprar no momento em qualquer lugar. Só da China. 

No achincalhado Brasil, que nenhum país leva a sério, por conta do negacionismo em relação à Covid 19, vacina e outros medicamentos, tudo se torna difícil. Será necessário deletar todo o passado de fake news, as insinuações nas redes sociais e um pedido de desculpas público para fazer o país avançar na fabricação das vacinas. É uma triste, mas notória realidade.

Ciro Gomes, o olhar da oposição no indisciplinado governo Bolsonaro, avisou, há 10 meses, que o Brasil não produz “máscara, muito menos equipamentos de proteção e insumos para remédios e vacinas”. O pré-candidato do PDT até sugeriu a urgente liberação de recursos para financiar a criação da indústria do segmento hospitalar. Nada foi feito. 

O governo do presidente Bolsonaro apostava na compra direta dos grandes laboratórios, acreditando que, como pedintes, bateriam à porta do Ministério da Saúde. Deu tudo errado, os países que pensaram diferente compraram a vacina e estão imunizando. Ao Brasil, caberá rever sua política de achar que vão bater na porta do Pazuello, ofertando vacina, seringa e agulha a preço de banana.

No Ceará, o articulado governador Camilo Santana, que não briga com ninguém, tem porta aberta para importar vacina, mas, do ponto de vista ético, prefere juntar governadores e abraçar a causa da compra de insumos e vacinas, socorrendo o capenga governo federal.  

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, terá que mudar seu formato de tratar o governo chinês, primeiramente, esquecendo ou apagando da sua “verborragia” a expressão “comunavírus”.