quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Caso Ford: economia salva governos

A Ford mundial comunicou que está deixando de produzir carros no Brasil e fechará todas as suas fábricas no país e mais de cinco mil desempregados. 

O governo do presidente Bolsonaro parece não ter sido pego de surpresa. O caso não provocou qualquer reação no núcleo duro do governo e muito menos na área econômica, dirigida pelo ministro Paulo Guedes. 

A decisão da Ford incendiou o Brasil, com uma pauta importante: a economia. Um governo só vai bem quando sua política econômica está no mesmo rumo. Isso significa pleno emprego, aumento da receita, inflação sob controle e capacidade de investimento em infraestrutura. 

O governo brasileiro está em marcha lenta, faz tempo. Dilma Rousseff foi destituída já com o país em recessão. O presidente Temer ajudou a afundar, por falta de representatividade. A esperança era o presidente Bolsonaro, mas seu governo briga com os números e não consegue apresentar uma pauta positiva, que gere emprego, renda e otimismo para tirar o Brasil do atoleiro em que foi metido. 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, um liberal, reclama de um país que é cheio de amarras, travado por leis que se constituem, na sua visão, em absurdos jurídicos, para nada crescer ao redor. Quando o presidente Bolsonaro disse que o “Brasil está quebrado”, o ministro, abatido, concordou com o chefe e propôs a votação da reforma tributária. 

Do ponto de vista econômico, a pandemia ajudou a colocar o país entre nações que não prosperaram, ampliando o rombo nas suas contas públicas. 

Ciro Gomes, único pré-candidato à presidência que tem criticado o governo Bolsonaro, imediatamente ao discurso de oposição, apresenta propostas. Um delas 

foi através do deputado  Mauro Filho. Ciro descobriu que o Brasil tem cerca de R$ 170 bilhões em Fundos Constitucionais, que não são movimentados há décadas. O projeto foi abraçado por Paulo Guedes e aprovado na Câmara. Agora, vai ao Senado. 

Quando o presidente Bolsonaro implora pela reabertura total da economia é porque está com a corda no pescoço.  O presidente sabe que corre contra o relógio, para acertar qualquer coisa que gere emprego, renda e lhe garanta um salvo-conduto para tentar um segundo mandato. 

De qualquer forma, a saída da Ford do Brasil foi mais um golpe no governo Bolsonaro. Além dos desempregados, fica a imagem de um Pais que deixa fugir capitais. A Ford tinha 100 anos no Brasil. Uma senhora história.