segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Apatia: advogados reclamam de postura de Erinaldo Dantas na OAB-CE

A dificuldade de atendimento aos advogados nas varas da capital e do interior, constantes violações de prerrogativas nas delegacias e presídios, que dificultavam o acesso aos clientes presos, exigindo agendamentos, por exemplo; além do constante entrave para o recebimento dos alvarás, são fatos que praticamente inviabilizaram a vida dos advogados neste período pandêmico.

Contrastando com essa lamentável conjuntura, o presidente da OAB-CE manteve durante diversos meses, mesmo quando já permitido pelo Decreto Estadual, a entidade de portas fechadas (desde o início da pandemia até hoje, sequer houve qualquer sessão presencial do conselho seccional), aumentando a sensação de abandono da classe, diante do perrengue financeiro que diversos advogados passaram e continuam passando, em meio à crise. 

Nos grupos de WhatsApp de advogados, o entendimento é praticamente unânime, no sentido de que a OAB-CE se preocupa com muito oba-oba, como pedido de ingresso em pacto global da ONU; pedido de vacinação prioritária para indígenas, quilombolas e até ciganos; criação de comissões temáticas sem qualquer expressão como a “comissão especial BRASIL/ONU do Pacto Global”; dicas de filmes e até mudanças de placas de banheiro; esquecendo-se da missão institucional de defesa da categoria.

Um grupo de advogados ouvidos por esta coluna retratava a “irracionalidade” do presidente Erinaldo Dantas que, mesmo com uma liminar que determinava ao Banco do Brasil a disponibilização de funcionários suficientes para processar o pagamento dos alvarás, durante o período pandêmico, fez um acordo para atrair a responsabilidade do recebimento da documentação para a própria OAB-CE, que tinha que repassar, posteriormente, ao Banco do Brasil, travando novamente o recebimento por parte dos advogados. E o pior, não havia qualquer previsão de punição ao banco, em caso de descumprimento do acordo, o que estava albergado pela liminar até então vigente. 

Fato é que os relatos indicam um aumento incontrolável dos problemas e da insatisfação da classe, que fora dominada pela perplexidade dos gastos da entidade, em plena pandemia, com compra de carro de luxo e com a imagem (fatos já noticiados nesta coluna), durante a gestão de Erinaldo Dantas, que se mantém mudo diante dos reclames da advocacia, em pleno ano eleitoral, dando sinais de que a sua reeleição fica cada vez mais distante, especialmente diante do isolamento político.