sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Turismo é pauta de alto interesse para o Nordeste; ministro demitido não fez nada pelo setor

O ministro Marcelo Álvaro Antônio, demitido pelo presidente Bolsonaro, não fará nenhuma falta. Na verdade, sua saída estava na agenda para janeiro. Como a campanha para a eleição  de presidente da Câmara dos Deputados foi antecipada, Marcelo Antônio acabou sacrificado. Saiu atirando.

Vamos por partes. O senhor Marcelo Antônio foi degolado em público, sinalizando claramente que o governo Bolsonaro não tem coordenação política. O presidente é o alvo do tiroteio. “Fui responsável pela eleição do presidente e não sou respeitado”, desabafou o ex-ministro. Uma saída negociada seria simples. Ô ex-ministro responde em vários processos sobre lavagem de dinheiro, através de “laranjas”, na eleição que Bolsonaro venceu.

O turismo brasileiro,nas mãos de Marcelo Antônio, em nada avançou. É possível até  afirmar que o setor andou para trás na sua gestão. O Brasil não investiu na área, a hospedagem ficou mais cara, os preços das passagens aéreas são os maiores do mundo, o turista, nos últimos dois anos, pouco viajou e os projetos de expansão da atividade não andaram. O presidente Bolsonaro tem números sofríveis da gestão do ex-ministro Marcelo Antônio. 

O Ministério do Turismo está no radar dos governadores do Nordeste. A região é a mais receptiva do Brasil, nas temporadas de férias. Só perde para o turismo de negócio, onde São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram, com pouca margem nos números. 

O novo ministro, Gilson Machado Neto , presidia a Embrarur. É da extrema direita. Fazendeiro, dono de pousada, músico, cantor e faz festa para Flávio Bolsonaro, o zero 1. Nascido em Pernambuco, tem negócios em Alagoas. “É um coronel moderno”, critica a esquerda pernambucana. Gilson Machado é acusado de não ajudar sua terra natal, quando comandou a Embrarur. 

Voltando ao senhor Marcelo Antônio, ele é página virada, foi para o passado como o pior ministro do Turismo que passou pela Esplanada dos Ministérios. Não manteve o nível do setor e pior: não construiu um plano para retomada das atividades econômicas . As entidades representativas nos estados é que assumiram essa empreitada, aliando-se aos governadores. 

O presidente Bolsonaro está entregando o comando do turismo brasileiro e seus 700 cargos ao centrão. Será melhor. O centrão está no poder há 500 anos. No seu núcleo, todos conhecem os ministérios. Será vantajoso. O setor, certamente, ganhará nova feição, poderá voar em novo projeto para fazer crescer o negócio, que nem exige tanto investimento e movimenta bilhões, além de ser o maior gerador de emprego e renda. 

No Ceará, o turismo é tocado, sem qualquer apoio federal, há muito anos. O empresário cearense tem parceria forte com os governos Camilo Santana e Roberto Cláudio. A nova avenida Beira Mar é exemplo. No Brasil, só o Ceará, tem investimento forte no setor. A esperança é um ministro presente, não ausente.