Foi embora a era de péssimas notícias sobre o Tribunal de Justiça do Ceará. Uma Corte que não julgava, julgadores acomodados e serventuários sem motivação. A virada no Judiciário cearense foi marcada por uma união de ideais, envolvendo magistrados e colaboradores, liderados pelo desembargador Washington Araújo Bezerra, presidente do Tribunal, que está deixando o cargo em janeiro.
Os números impressionam. Foram mais de 200 mil processos julgados em 2020. A criatividade de um grupo de serventuários foi o que ocasionou a virada de página para o sucesso. “Com o mesmo orçamento, construímos a produtividade. Juízes leigos, advogados estagiários, todos ganhando por produtividade, ajudaram o trabalho dos juízes”, comenta o desembargador Washington.
Ele deixará o tribunal com todas as comarcas e varas informatizadas. Há 12 anos, os juizados especiais eram fontes de reclamação e de desdém por parte dos usuários da justiça. Deixou de ser. Cerca de 25 mil processos encalhados nas turmas recursais foram julgados. “Hoje, os juizados julgam em até 30 dias, melhor resultado que já se obteve no Brasil”, comemora o chefe do Judiciário.
Outro ponto positivo: todos os magistrados e servidores envolvidos em acusações de desvio de conduta foram mandados para casa. Estão fora da justiça. Ao contrário da OAB e do Ministério Público, que escondem e acobertam. O Tribunal de Justiça do Ceará só produz pauta positiva nessa nova era. A confiança na justiça eleva a segurança, as garantias de uma sociedade.
“A subida de nível do judiciário foi um esforço de muitos, resultante da força de trabalho e união de pensamentos”, resume o desembargador mais jovem a assumir o comando do Tribunal. “Estamos 100% informatizados e integrados. O juiz, o desembargador julga qualquer processo, onde estiver. Somos remotos, home office”, resume.
O pioneirismo em projetos junto ao Banco Mundial foi outra marca da gestão do desembargador Washington Araújo. Ele conseguiu U$ 35 milhões (cerca de cento e oitenta milhões de reais) junto à instituição mundial, para financiar a reforma estrutural e administrativa de todas as instalações do tribunal. O projeto foi adotado pelo poderoso Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que o recomendou aos tribunais de todos os estados.
No depoimento que concedeu à TV Otimista, vimos um desembargador vibrante, feliz com a missão que recebeu e realizado por estar fazendo uma entrega do cargo cheia de realizações. O judiciário cearense estava precisando da virada que vivencia, com resultados para fora e para dentro, articulada com todos que desejam uma justiça ágil, séria, sintonizada com seu povo. Fazer justiça é muita responsabilidade. Se decide sobre vidas, destinos e se assegura o convívio em sociedade. A justiça é a busca do equilíbrio.