A corrida dos governadores ao Ministério da Saúde tem uma uma explicação: a população está pressionando pela vacina. E a pressão não é pequena. Prefeitos, governadores, o presidente Bolsonaro e, principalmente, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, estão sob fogo cruzado da opinião pública, que exige urgência para a vacinação.
Não está sendo fácil para a sociedade, como um todo, assistir o sofrimento de familiares e amigos contaminados pelo Covid 19, sofrendo nas UTIs dos hospitais públicos e privados. É uma tensão diária, somada à apreensão com pessoas dos grupos de riscos.
O Brasil, que já conta mais de seis milhões de casos de Covid19 confirmados e 180 mil mortes, tem uma população sofrida. Ela não aguenta mais conviver com a dor de assistir suas famílias serem dizimadas pela pandemia.
A narrativa dos contaminados que ficaram entre a vida e a morte nas UTIs são depoimentos impressionantes, chocantes e desesperadores. São testemunhos que justificam a pressão da sociedade pela urgência da vacinação em massa. Mesmo tendo sobrevivido ao vírus e, teoricamente, estarem imunes por algum tempo, todos querem receber a vacina, apesar do presidente Bolsonaro insistir em debochar dos que querem a urgente resposta para a compra dos imunizastes.
Os governadores dos estados brasileiros têm ô termômetro da sociedade. Por isso, foram em caravanas e individualmente à Brasília, implorar pela vacina. Sabem que o eleitor pode destruir suas carreiras políticas, se ela não chegar logo. A foto ou imagem, cobrando do ministro da Saúde a vacina, faz parte da estratégia para evitar o desgaste.
O governante cearense, Camilo Santana, não acredita no governo Bolsonaro. Esteve com Pazuello para sentir se o governo está com a mesma pressa da população. Ao procurar João Dória, Camilo sinalizou não ter visto o empenho que oferecesse segurança. Dória está sendo o único governador a bancar uma vacina, a Coronavac, desenvolvida por um laboratório da China.
A pesquisa do DataFolha exibe o envolvimento da população com os temas que tratam da Covid 19. O presidente Bolsonaro tem comportamento reprovado. Ele possui a confiança de pouco mais de 30% dos brasileiros, em levantamento que vai a 100%. Cabe a todos a reflexão. A população não tem mais condições de permanecer aprisionada, vivendo de incertezas sobre um vírus desconhecido, que mata 900 pessoas, por dia, cria pânico entre famílias e distancia as pessoas.