quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Embates pelo Brasil: o voto do novo normal

As pesquisas eleitorais são um radar que acompanham as sinalizações do eleitor.  Elas não direcionam o voto.  A ciência estatística tem solução, através dos cálculos, após aplicados questionários.  Hoje, se sabe com exatidão  o resultado de um pleito.

Está sendo difícil para os institutos, que trabalham com estatísticas, de forma profissional, seguir o pensamento do eleitorado na pós-pandemia. O novo normal apresentou um cidadão bem mais exigente, consciente e pragmático, seja ele rico ou pobre, alfabetizado ou não. O "fique em casa” criou um novo cidadão, uma nova cidadã.

Olhando, de forma macro, o mapa do Brasil, focando nos municípios e nas pesquisas, se chega ao diagnóstico de disputa equilibrada em 20 capitais, onde não se tem certeza de quem vai para o segundo turno. Em seis, a eleição caminha para ser definida no primeiro turno. O campeão de votos está em Belo Horizonte e o vice em Salvador. Florianópolis, Natal e São Luís, também, seguem o ritmo de resolver o pleito no primeiro turno. Em Teresina, o eleitor segue a mesma tendência. 

Em Fortaleza, o cenário é de indefinição. A testagem será mais esclarecedora, com as pesquisas do Ibope e Datafolha, divulgadas antes do domingo. O quadro, também, é de disputa em outros 10 grandes municípios do Ceará. 

Estamos a quatro dias da eleição. A campanha mostrou que o Covid 19 amadureceu o eleitor, muitos candidatos não entenderam, usam a comunicação distante da realidade. As grandes aglomerações exibidas nas campanhas de rua proibidas pela justiça eleitoral são exemplos. Como falar em saúde, expondo como manada o eleitor? Essa é a diferença. Quem defende a vida precisa fazer uma campanha dentro dos padrões e protocolos para combater o coronavírus.

O grande salto na qualidade da campanha municipal está na soma dos fatos. Menos candidatos ficha suja, maior transparência sobre receita e despesas das cidades, clareza do que arrecada e promessas mais próximas da realidade. O eleitor virou a chave, está ensinando os candidatos, dominando o debate e pautando a retórica no novo normal.

Para os analistas de cenários, essa campanha também é um ensinamento. O maior deles foi a necessidade de conhecermos melhor a relação entre eleitor e redes sociais. Entre eleitor e a preocupação com a sua cidade, seu bairro e sua vida. O novo normal está sendo ensinamento e aprendizagem.