sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Desistências: candidaturas vão ficando para trás

As candidaturas majoritárias e proporcionais estão sendo abastecidas com o dinheiro do Fundo Eleitoral. São recursos do contribuinte, gerenciado pelos partidos políticos. 

Ao invés de facilitar o processo de motivação e fomentar candidaturas, os recursos, em muitos casos, geraram briga política. A decisão final para onde enviar o dinheiro é do presidente do partido, ou seja, o chefão destina para quem quer o recurso, acelerando o desempenho de um candidato, tornando viável a eleição de um aliado.

O TSE anunciou que mais de 16 mil candidatos foram eliminados por não entregar documentação. O número é expressivo. A vantagem do processo eleitoral está na oxigenação ofertada pelos candidatos para dinamizar a campanha em um país democrático.

O dinheiro tem seu peso, em qualquer que seja o evento, principalmente, mas eleições, que envolvem altos custos. O candidato precisa se tornar conhecido, divulgar suas propostas e se apresentar bem na relação com o eleitor. Isso remete a produzir material de propaganda, pagar assessores, ter estrutura de comunicação e gastar com propaganda. O dinheiro do fundo eleitoral, não chegando, é fatal a qualquer postulante .

Talvez, os legisladores precisem aperfeiçoar o processo, garantindo através um valor mínimo obrigatório para todos os candidatos aos cargos majoritários e proporcionais. O que não pode é se financiar um candidato em detrimento de outro.

A eleição municipal de 2020 é atípica. O coronavírus provocou novas regras, estabeleceu normas sanitárias, distanciou o candidato do eleitor. Também, estão proibidas coligações para as candidaturas proporcionais. Os partidos terão que eleger seus vereadores. Antes, as alianças ajudavam. Até agora, prevaleceu a força financeira do próprio candidato. O Fundo Eleitoral ajudou muito candidaturas majoritárias. Os candidatos a vereador estão perdidos, principalmente, os que dependem diretamente dos recursos públicos para financiar suas campanhas. O Brasil é desigual, até mesmo nas escolhas internas de partidos políticos.