sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Uma eleição diferente



A campanha eleitoral será rápida, curta, sem oferecer grandes debates e oportunidades para se discutir novos e velhos problemas dos municípios. Do ponto de vista das cidades, é lamentável. Numa avaliação política, momento que perdeu a importância quando deveria ser grandioso. O eleitor pode destruir o sonho de ter uma creche, um posto de saúde, novas escolas, conquistar direitos sociais e perceber, após o pleito, que elegeu um bandido e não um prefeito.

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), abrindo a porteira para candidato que cometeu crimes, assaltando cofres públicos, é o maior absurdo jurídico e moral de 2020, um ano terrivelmente abalado em todos aspectos, por conta da pandemia de coronavírus. O eleitor, que não tem muito tempo para escolhas, perdeu até mesmo a noção do que está certo ou errado.

Cabe aos meios de comunicação, às entidades civis e aos movimentos sociais o papel de ajudar o eleitor, esclarecendo melhor os propósitos de cada candidato. Os debates devem ser mais frequentes, para ajudar o eleitor a buscar uma alternativa menos danosa.

A classe política, também, está preocupada. Salvadores da "pátria" estão surgindo, como solução para todas as mazelas. É bom ficar vigilante, pode ser um tiro no pé. Afinal, a campanha é um tiro curto. Errando, a nova chance só em 2024.

O Brasil inteiro está vendo o exemplo do Estado do Rio de Janeiro, onde o eleitor fez a opção por um ex-juiz federal e um bando de militares, na intenção de ver um Rio melhor, sem corrupção e desvios, voltando à normalidade. A aposta foi um erro. Os eleitos e apoiadores  estão na cadeia ou a caminho. O certo é buscarmos gente com serviço prestado, sentimento de entrega, vocacionados para o serviço público. Sem esquecer de olhar a ficha criminal .

Com a pandemia do coronavírus sob controle, o eleitor mesmo com pouco tempo para conhecer propostas e plano de governo dos candidatos, deve ficar atento às promessas mirabolantes, fora de propósito e da realidade. O pacto entre o eleitor deve ser republicano, baseado no sentido comunitário. A pandemia do coronavírus não vai mudar o homem, mas pode ter contribuído para uma melhor vida em grupo. Essa percepção pode ajudar, contribuir no momento da escolha.