O deputado Osmar Baquit (PDT) atribui mais de 340 mortes ao período de greve dos policiais militares. O parlamentar aponta os responsáveis. Sua denúncia é grave, assim como não apurar e silenciar em relação à matança e seus responsáveis.
Não existe explicação clara, até aqui, para o que está acontecendo, neste primeiro semestre, na pauta da violência. Saímos de um 2019 como campeões na redução de mortes violentas no Brasil para um Ceará entre os estados mais violentos em 2020. A trilha do crime segue a mesma saga. Assassinatos em massa na periferia. Os mortos são, principalmente, jovens viciados e vendedores de drogas.
O efeito eleição parece assanhar milicianos, facções e agentes do crime organizado. Uma disputa de intimidação ao poder público e às famílias, que se sentem inseguras e ameaçadas.
O governador Camilo Santana já mandou o recado: "o Estado vencerá". Segundo ele, a intenção clara de desestabilização da Polícia Militar faz parte de um plano "eleitoreiro", na tentativa de colocar no poder os criminosos. Milicianos que precisam do diploma da Justiça Eleitoral para se fortalecer e oficializar atos criminosos.
Cabe às autoridades impedir tal avanço, usando a chancela da lei e a força do poder constituído, para impedir a invasão de criminosos aos sagrados postos de definidores de políticas públicas, controle social e gerentes de ações que remetem a áreas sensíveis, como saúde, educação e segurança.
A segurança pública deveria ficar fora do debate eleitoral, como ocorre nos países desenvolvidos. Aqui, no Brasil, a pobreza e o analfabetismo estão construindo, cada vez mais, lideranças militares, que ocupam o parlamento. Os marginais seguem na mesma linha e já ocupam cargos públicos. A sociedade precisa avaliar o papel da polícia e dos bandidos. O melhor lugar para o policial é na delegacia e nas ruas, garantindo segurança para a comunidade. Para os criminosos, xadrez ou presídios.