O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato a Presidência da República, é conhecedor profundo da máquina pública e autor da frase mais consultada nas redes sociais. Ele disse, em comentário sobre as atuais gestões no Brasil, que o processo eleitoral precisa parar de contemplar "estagiários para cargos majoritários“ e a sociedade de procurar “heróis, salvadores da pátria". Ciro está certo. A sociedade precisa encontrar alguém que tenha projeto, prática de gestão, equilíbrio e habilidade política para tocar municípios, estados e a nação. A cada eleição, afundando mais.
Carlos Drummond de Andrade, sempre genial, escreveu: "Uma eleição é feita para corrigir o erro da eleição anterior, mesmo que agrave". O poeta colocou de forma clara que é difícil encontrar um bom gestor. Para ele, temos que buscar o melhor nome.
A aposta do eleitor é dele, a fatura será paga por toda a comunidade, todos os eleitores. A sociedade brasileira já deveria ter procurado aprender a votar melhor, errando menos.
Teremos, no processo eleitoral que se aproxima, uma enxurrada de candidatos de igrejas, da área policial, dos movimentos que representam o atraso. Todos têm direito de participar. Mas, o Brasil não ganhou nada ao eleger Crivela, no Rio de Janeiro, um pastor que não construiu nada de novo na capital carioca. Santa Catarina, Roraima, Acre e Amapá elegeram policiais. A violência não reduziu e o caos administrativo foi instalado.
Independentemente de igreja, ser ou não policial ou gente comum, a realidade política no Brasil exige homens e mulheres com vocação para a gestão pública, que tenham se preparado para administrar uma cidade, e não apenas um estagiário ou aprendiz.
O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, colocou a capital cearense em primeiro lugar como destino turístico no Nordeste. Fortaleza tem o melhor PIB da região. É a cidade brasileira com mais mobilidade. O próximo prefeito deverá ter planos para ampliar essa boa performance. Não é bom colocar Fortaleza no caminho do atraso.