quarta-feira, 3 de junho de 2020

Bancada nordestina deixa a desejar e partidos ocupam espaço no governo federal



Sumiu. A palavra resume bem o pouco prestígio da bancada nordestina eleita em 2018. Existem as excecões, claro. A renovação de 48% parece ter provocado efeito contrário  ao proposto pela sociedade, que reclamava e cobrava a presença de gente mais comprometida com a defesa de interesses dos estados.

A disputa acirrada nos campos ideológico e econômico fez desaparecer quase toda bancada nordestina. Outro fator: a posição de governadores em manter diálogo com o governo federal, sem ofertar apoio  incondicional. Sem o toma lá dá cá. 

O Nordeste, em ampla maioria, será contra Bolsonaro na eleição municipal deste ano e no pleito de 2022, onde a direita tentará manter a Presidência da República, contra uma esquerda que deseja retornar ao comando da nação. Na América do Sul, Chile e Argentina estão fazendo rodízio entre os dois campos nas últimas eleições. 

A bancada nordestina continua em sua maioria governista. Vota favoravelmente nos projetos do governo no Congresso Nacional, mas a maioria faz oposição política ao presidente Bolsonaro.

No Ceará, os declarados de direita escondem a defesa do governo. Parecem esconder a própria identidade. A campanha eleitoral vai fazer com que tirem a máscara e botem a cabeça do lado de fora. A direita, em Fortaleza, não se apresenta. Não assume o discurso de Bolsonaro.  

O Nordeste brasileiro, com a atuação pífia bancada, fez a região regredir. O povo nordestino não conhece um só novo projeto do governo federal na região e as importantes obras de infraestrutura, como a transposição do São Francisco, metrôs, VLTs, recuperação de perímetros irrigados e construção de açudes, estão paradas ou se arrastam. A bancada em silêncio. A oposição ainda ensaia um grito de cobrança, mas opta por falar baixinho.

A tão defendida renovação política , a representação com renovação, o ideal de mandar para Brasília caras novas e gente que representa categorias profissionais parece não ter dado certo, para o povo. Para eles, está tudo bem. Parlamentares com experiência estão mostrando mais resultado. A política é a arte de construir amigos, seguidores, liderar processos. O Nordeste não pode parar, precisa acelerar.