quarta-feira, 17 de junho de 2020

Ambiente hostil cerca Brasília em tempos de desintegração dos poderes


Brasília parece uma cidade sitiada. A Esplanada dos Ministérios está fechada. Ninguém tem acesso. Para se chegar ao Congresso Nacional, STF ou Palácio do Planalto é preciso procurar vias alternativas. A polícia colocou barreiras.

Se o caminho para a população está bloqueado, o leitor pode ter certeza de que os manifestantes perderam o espaço para protestos, sejam contra ou a favor .

O isolamento político com o povo tem uma explicação: Palácio do Planalto, STF e Congresso Nacional não se entendem. A quebra da harmonia chegou ao limite.

O general Heleno avisou, em sua página nas redes sociais, que a rejeição a Bolsonaro simboliza a volta da esquerda ao poder em 2023. Todos entenderam o recado. O general quer saltar o debate sobre o impeachment, não muito fora da pauta.

Nesta quarta-feira, 17, o Palácio do Planalto abre as portas para deputados, senadores e ministros do STF, durante a posse do deputado Fábio Faria (PSD-RN) como ministro das Comunicações, extinguindo o “gabinete do ódio”, de onde partiam as depravadas fake news, que estragaram a relação entre poderes. Pode ser o começo de um novo tempo.

O presidente Bolsonaro está sob pressão. Seus ministros não ajudam, só produzem problemas. Os recursos para salvar empresas não chegam aos pequenos e médios empresários como socorro, o coronavírus  continua matando e, agora, está chegando onde a economia foi retomada. E o pior: turma da fake news está sendo desbaratada e o ministro da Educação se tornou um problemão: Bolsonaro quer demití-lo, mas os filhos e o grupo ideológico pede a sua permanência, pois considera sua saída uma derrota.

Os três poderes estão com as relações apodrecidas. O STF endureceu com Bolsonaro e seu grupo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, desgastado, não aceita mais ser alvo de constantes ataques. Brasília explodiu. Alguém precisa juntar tudo. O problema é encontrar um bombeiro.