sexta-feira, 1 de maio de 2020

Política , religião e Covid-19: mistura explosiva, quando precisamos de luz e não de trevas

A sabedoria manda a sociedade separar temas polêmicos, facilitar o entendimento, o convívio. Motivações políticas radicais estão dividindo a Nação. Parece um terceiro turno da eleição, em um país onde o pleito é definido em dois. No centro do debate, estão temas explosivos, como a briga entre esquerda e direita. Na mesma discussão, a reabertura das igrejas, a flexibilização do isolamento social. No contexto geral, tudo se resume a "dinheiro", fator de entendimento e discórdia, determinante para definir miséria e riqueza. 

A deputada Dra. Silvana tem sua clientela, formada por pacientes. Ela é médica. Pessoa ligada à igreja evangélica, que tenta se  imiscuir na área da educação. Seu mito atual é o presidente Bolsonaro. Seu marido, o deputado federal Jaziel, é médico e pastor. Ambos tocam o mesmo rebanho, os mesmos eleitores. Hoje, defendem a abertura das igrejas. Todas sobrevivem do dízimo, uma contribuição do cristão prevista na Bíblia. A posição da deputada confronta a medicina, os cientistas e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para a deputada, tudo isso pouco importa. A igreja precisa abrir e o cliente, ou melhor, o religioso, tem que contribuir.

Tancredo Neves, perguntado, certa vez, porque estava se juntando com o que não prestava, respondeu: “Uma casa aberta recebe a todos, assim é a política”. Lula diz que o olhar tem que ser para os pobres. Bolsonaro, quando abordado sobre mortes por conta da Covid 19, responde com uma indagação:  “Perguntem aos governadores, ao STF que decidiu que eles mandam”. Ciro diz que Bolsonaro é genocida, assassino de multidões. O Ministro da Saúde informa que está estudando tudo, não sabe nada e o seu colega, o novo ministro da Justiça, André Mendonça , considera Bolsonaro um profeta e se diz seu seguidor.

O que se espera, nessa quadra de desafios, é a compreensão. Todos estamos no mesmo barco e se percebe, claramente, que não cabem todos na sala de comando, segurando o leme. É preciso renunciar e procurar luz e não trevas.