segunda-feira, 18 de maio de 2020

Coronavírus e política: Bolsonaro marcha com seu projeto de reeleição, governadores e prefeitos vão reagir


A cobrança do governador Camilo Santana por coordenação federal para o combate ao coronavírus é um sentimento da classe política, dos governadores, dos agentes públicos e da sociedade em geral. Chegou a hora do presidente Bolsonaro parar de pirraça. O momento exige respostas. Os governadores aceitam a conversa com o presidente para pôr um ponto final na maluquice de Brasília, que acha o coronavírus uma gripezinha. 

Os eleitores de Bolsonaro são os que cumprem isolamento. Os ricos, os esclarecidos, as classes A e B, que o elegeram estão em casa, com dinheiro na conta e no bolso, saúde e sem problemas. Bolsonaro, em busca de uma reeleição, quer trazer para seu lado os eleitores que o rejeitam, defendendo o fim do isolamento: o povão. O pobre, mesmo com os R$ 600, cesta básica, vale gás e remédios, vai em busca de mais dinheiro, mais renda. O presidente está estimulando. "Eles estão com geladeira vazia, perdendo emprego, o camelô tá revoltado, sem trabalhar", diz Bolsonaro, toda vez que um microfone é colocado à sua frente. Com cara de vítima, o presidente vai avançando no seu projeto eleitoral. 

Os governadores são a pedra no seu caminho. Mas, já manjaram a estratégia de Bolsonaro.
Além dos governadores, os prefeitos vão, agora, entrar na cena política. O coronavírus chegou ao interior e dados iniciais apontam para muitos mortos. Sem hospitais, UTIs e,pior: sem dinheiro. A briga será sanguinária. No sertão, a opinião pública é formada com a dor do bolso. Bolsonaro tem o dinheiro, os governadores a força e influência política. O lamentável no processo são as mortes de inocentes.