domingo, 3 de maio de 2020

Bolsonaro participa de manifestação contra STF e Congresso Nacional e diz que está no limite


O presidente Jair Bolsonaro voltou a participar, no fim da manhã deste domingo (3), de uma manifestação antidemocrática e inconstitucional em Brasília, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso.

Em discurso aos manifestantes, o presidente – num tom de desafio aos demais poderes – pediu a Deus para não ter problemas nessa semana porque, segundo afirmou, "chegou ao limite". Bolsonaro não esclareceu o que isso significa.

O protesto contra o STF e o Congresso ataca dois pilares do sistema democrático, o que torna fora da lei os pedidos de fechamento. Os atos também criticaram o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.

Faixas pediam o fechamento do STF e "intervenção militar com Bolsonaro", o que é considerado apologia contra a democracia e, portanto, ilegal e inconstitucional.

A manifestação começou com uma carreata na Esplanada dos Ministérios e terminou com aglomeração na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto. Bolsonaro foi ao local acompanhado da filha, não usou máscara e transmitiu ao vivo a participação dele, em rede social.

Sem citar diretamente a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro disse que "não vai mais admitir interferências".

"Nós queremos o melhor para o nosso país. Queremos a independência verdadeira dos três poderes e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente."
A decisão do ministro Alexandre de Moraes se baseou em análise prévia de provas que indicaria que a nomeação de Ramagem representava um desvio de finalidade, com o objetivo de interferir em investigações da Polícia Federal.

No discurso, Bolsonaro disse que as Forças Armadas estão com ele e que "chegou ao limite", que "não tem mais conversa' – sem explicitar o que isso significa, e o que pretende fazer caso haja novas decisões judiciais sobre atos da presidência da República considerados ilegais.