terça-feira, 19 de maio de 2020

Afrânio Barreira, sócio do Coco Bambu diz que tratou coronavírus com cloroquina


Poucas horas depois do anúncio de que o ministro Nelson Teich havia deixado o governo na tarde da sexta-feira (15), o empresário Afrânio  Barreira, fundador da rede de restaurantes Coco Bambu, disparou no WhatsApp uma longa mensagem em defesa do presidente  Bolsonaro, do afrouxamento do isolamento social e, principalmente, da adoção da cloroquina no tratamento da Covid-19 como uma espécie de panaceia.

O medicamento foi um dos pontos de desacordo entre Teich e o presidente. Nesta semana, o então ministro havia postado em uma rede social que o uso do remédio no tratamento contra a Covid-19 deveria ser feito com restrições. O presidente, sem respaldo científico, é defensor ferrenho da adoção da substância.

Para o empresário, os “formadores de opinião” tratam o assunto como tabu, “justamente por ter sido o presidente Bolsonaro o primeiro a abordar o tema.” Barreira relata que ele mesmo contraiu o novo coronavírus e fez uso do remédio sem relatar efeitos colaterais. “Graças a Deus passei de forma tranquila pelo período que estive infectado”. A eficácia do medicamento para o tratamento de Covid-19 não foi comprovado por especialistas. O terreno ainda é o do “achismo”.

“Muitos médicos, empresários e políticos quando adoeciam tomavam essas medicações. E o pior, pareciam querer esconder o seu uso, por razões obscuras, e que até hoje não entendo”, escreveu o dono do Coco Bambu. “Hoje, muitas operadoras de saúde estão usando essas medicações já nas fases iniciais, mas esse protocolo de tratamento ainda não foi aplicado por todos os governos. Quantas vidas poderiam ter sido salvas? Quantas vidas ainda podemos salvar?”, declarou  à revista Veja.