O presidente Bolsonaro aproveitou a endemia do coronavírus para fazer uma limpa, uma reforma ministerial, entregando o governo a novos aliados e aos militares. Ele criou o "Blocão", no Congresso Nacional. Os membros são seus companheiros do passado, quando ele atuava na Câmara, no baixo clero. Em outra ponta, está aumentando a presença de militares em cargos estratégicos dos ministérios.
Isolado, esvaziado politicamente, a reação do presidente tem como meta se segurar no cargo. Existe um "cheiro" de Impeachment rondando o Palácio do Planalto. A troca de cargos e o pagamento de emendas ao blocão pode garantir ao presidente estabilidade política na Câmara dos Deputados, uma proteção constitucional para governança. Os militares, na visão do presidente, fortalecem o prestígio junto à opinião pública e impõem respeito em relação aos outros poderes. A tática é uma estratégia usada por outros governos. A novidade é a forte presença das forças armadas no governo.
Bolsonaro precisa incluir, na sua agenda, a reaproximação com governadores, prefeitos, STF, Congresso Nacional, movimentos sociais e as classes política e empresarial. O governo Bolsonaro tem 14 meses, produzindo crises
