terça-feira, 21 de abril de 2020

A caneta azul de Bolsonaro


A política é feita de muitos interlocutores, conselheiros, ouvintes e pedintes. É o cerco ao poder. Necessariamente, o presidente precisa saber o que está no ar, nos corredores, nos bastidores e o que é real. São peças do jogo. O chefe do poder não pode ser surpreendido. 

Bolsonaro tem seu grupo, não abre mão de ouvir os que lhe ajudaram a subir a rampa do Palácio do Planalto. Ele está correto. Para seu núcleo de poder, Mandetta atravessou a Esplanada dos Ministérios e montou seu leito político, tendo o Congresso e o STF como abrigo. Avançou o sinal.

A caneta azul foi ativada. O Planalto desmontou o "palco das estrelas", como o presidente classificou as coletivas diárias do ex-ministro Mandetta. Bolsonaro considerava a conversa desrespeitosa ao seu posicionamento sobre conviver com a pandemia do Coronavírus . Vamos ter um novo tempo. A caneta azul está apontando para outros ministros. O presidente já mostrou que assina demissões. É só seu radar identificar suspeitos de conspiração contra suas ideias.