As nossas noites, na hora do jantar, ganharam um ingrediente: o panelaço. Essa receita iniciou no governo Dilma, numa mistura entre oposição e governo ou direita e esquerda. No centro do debate, estão os servidores públicos, que, para Rodrigo Maia, estão ficando com quase toda receita do Erário. Para Bolsonaro, muitos ganham bem e trabalham pouco. São considerados a elite do serviço público. Juízes, desembargadores, procuradores, fiscais, promotores, advogados, médicos, defensores, ministros, servidores do judiciário, do legislativo e executivo, deputados e senadores. O presidente da Câmara quer cortar até 30% dos salários de todos, o tema se tornou explosivo e a panela pode perder o caviar, uma das mais caras iguarias da cozinha no planeta.
O panelaço tem, na classe média, seu Chef, o interesse entre público e privado. A saída seria uma mistura com todos cedendo um pouco. A política no serviço público, a entrega do Estado aos lobistas de vários setores e a corrupção criaram raízes. Bolsonaro foi escalado pelo eleitor para criar um novo Brasil. Está perdendo a chance, brigou com a elite da burocracia brasileira. Terá que zerar tudo e recomeçar. O Estado brasileiro pertence à elite do serviço público. As reformas trabalhista e previdenciária são prova da força do setor público. O privado paga a conta. Vem aí a reforma administrativa. Vamos ver.