O ataque do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Bolsonaro, aos chineses deixa claro que, na visão do parlamentar, tudo foi planejado para ganhar dinheiro. A China é o país que tem mais dólares no caixa e o maior volume de ações das maiores empresas do mundo. O presidente Bolsonaro, que insiste sobre "histeria" em relação ao coronavírus, parece concordar com o filho, o que não é novidade. O mundo do Bolsonaro presidente são seus filhos. Ele já deixou claro. Os Bolsonaros tratam toda pauta como assunto policial.
Apoteótico, destrambelhado, esquecendo o que faz e diz em menos de 24 horas e aparentemente abalado, o presidente da República não enxerga nessa crise uma só oportunidade. Poderia fazer nascer um novo Brasil, unindo os poderes, chamando o setor produtivo, planejando o impulsionamento dos que vivem na informalidade e fortalecendo a indústria, a agropecuária e o setor de serviços. Vai torrar dinheiro público em ações paliativas. Bolsonaro só reverbera ódio ao serviço público, à imprensa, às esquerdas e à oposição.
O coronavírus deve mudar o pensamento econômico mundial. O dinheiro precisa ser aplicado para circular e não usado para especulação. O mundo descobriu que todos nós dependemos das bolsas de valores, o que é deveras primitivo em um planeta ocupado por quase oito bilhões de mentes, homens e mulheres que raciocinam e precisam de moradia, se alimentar e vestir todos os dias.