terça-feira, 3 de dezembro de 2019

O Instituto de pesquisa Data Favela, em parceria com a Comunidade Door e a CUFA, vai realizar a maior pesquisa sobre favelas da história

Foto:Paulo Henrique da Cruz e Guilherme Eduardo da Silva

O Instituto Data Favela, de Celso Athayde (Favela Holding) e Renato Meirelles (Instituto Locomotiva), fechou uma parceria com a Central Única das Favelas (CUFA) e a Comunidade Door, nos 26 estados e no Distrito Federal, e irá conduzir a maior pesquisa já feita, até hoje no Brasil, sobre favelas.

O Data Favela vai realizar um grande estudo, cujo maior legado será apurar e divulgar qual é o “Sonho do Favelado para 2020”.

A pesquisa vai acontecer ainda em dezembro de 2019, mês que o resultado também será divulgado.

Concluída a pesquisa. Em março de 2020, O Instituto Data Favela e a Comunidade Door vão organizar o Terceiro Fórum Favela Brasileira para apresentar, detalhadamente, os novos números sobre as favelas brasileiras. A produção do evento ficará por conta da agência de Live Marketing InFavela.

Os pesquisadores, que também serão moradores destes territórios, irão ouvir seus pares em todo o território nacional, perguntando, entre outras coisas, qual é o sonho de cada um para 2020. A ideia é mostrar, através dos sonhos que serão apresentados, como esses lugares são territórios de potência nas mais diversas áreas: cultura, esporte, empreendedorismo e tantas outras expressões.

As três instituições já fizeram alguns trabalhos juntas. Os resultados destes se tornaram até um livro, Um País Chamado Favela, cujos autores são Celso Athayde, o primeiro negro e receber o prêmio de empreendedor do ano da Revista Istoé (Favela Holding), e Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. Ambos são sócios do Instituto Data Favela.

Além do Instituto Data Favela, a CUFA e a Favela Holding também são criadoras do primeiro Fundo de Investimentos em Favelas do Brasil. Órgão o qual é responsável por arrecadar recursos financeiros e distribuir para os moradores de favela.

“Já fizemos vários tipos de pesquisas sobre o perfil da favela. Mas essa vai ser especial, porque quando você fala qual é o seu sonho, você traça o rumo da sua vida. Com isso, vamos mostrar o que o favelado quer, e apresentar soluções para ele chegar lá”, explica Celso Athayde.

“O grande diferencial dessa pesquisa é que o morador será treinado e capacitado para aplicar e elaborar os questionários. Não bastante, eles vão, junto com o Data Favela, interpretar os questionários. Nada se parece com esse projeto", falou Renato Meirelles. "Só a parceria com a CUFA e o Comunidade Door nos permite pesquisar, ao mesmo tempo, tantas favelas no Brasil. Além do que, nenhuma pessoa conhece tanto esses territórios, como o Celso e, claro, como os seus moradores ", concluiu. 

“Podem contar conosco sempre. Existem várias pessoas com discursos sociais tentando falar em nome das favelas, existem inclusive pessoas do asfalto enganando a imprensa, usando os dados exclusivos das nossas pesquisas como se fossem seus. Nossos dados são resultados de um processo científico e por isso vamos para o campo. Projetos exclusivos como esses são importantes porque demarcam espaços de elaboração da favela. A CUFA está presente em todos os estados do Brasil e no Distrito Federal, e esta presença será utilizada para que sejam ouvidos moradores dos estados”, comentou Geovana Borges, presidente da CUFA-SP.

Para Leo Ribeiro, CEO da maior empresa de instalação de outdoors em favelas do país, a Comunidade Door, que também recebeu investimento do Fundo da Favela Holding, e que está presente em mais de duas mil cidades, a importância dessa pesquisa é fundamental.

“Temos o único instituto de pesquisa especializado em favelas do Brasil. Essa parceria existe por conta da capilaridade dos três parceiros e do conhecimento dos territórios. Mas o melhor de tudo é que não somos agentes secretos do asfalto explorando a favela com discurso social, que leva todo o dinheiro da operação para o asfalto. Para nós essa pesquisa mostrará para o Brasil que o sonho da favela nunca vai acabar” disse o otimista Leo.