O deputado Leônidas Cristino interpelou nesta quarta-feira (9) o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre o investimento em hidrovias na Amazônia, em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Argumentou que o país usa apenas 30% da capacidade hidroviária; dos 57 mil km de rios navegáveis, usa apenas 18 a 19 mil km.
Ricardo Salles respondeu que está correta a colocação e que pode ser uma alternativa, embora o tema seja mais voltado para o ministério da Infraestrutura. O deputado observou que o Ministério dos Transportes também não informa sobre investimentos em hidrovias.
Leônidas Cristino criticou a ausência de política ambiental do governo que tratou a questão como alarmismo climático, coisa banal, e chamou a atenção para a seriedade da questão amazônica e os focos de incêndios. O meio ambiente não é problema de ideologia, de direita ou esquerda como pensa o governo, argumentou o deputado ao questionar o ministro em relação ao Sínodo da Amazônia, que acontece no Vaticano por convocação do papa Francisco.
Ricardo Salles não quis se manifestar sobre o Sínodo, alegando que se trata de questão do âmbito religioso. O atual governo critica o Sínodo por discutir as questões do desmatamento na região. O ministro também não respondeu pergunta de Leônidas Cristino se a Amazônia tem função reguladora no clima mundial e se as mudanças climáticas são uma realidade.
O deputado ainda indagou ao ministro sobre a demarcação de terras indígenas, uma vez que a exploração de garimpo nas reservas é inconstitucional. “O governo disse que não demarca mais nem um palmo de terras indígenas”, ele afirmou.
Liberar garimpo na Amazônia, segundo Leônidas Cristino, é de grave repercussão, pois o governo não conhece a essência e as potencialidade concretas da região. O deputado defendeu a maior riqueza da região com a preservação da floresta em pé.
Salles disse que quase 14% do território estão demarcadas para 1% da população (os índios). “Já há bastante demarcação”, ele afirmou. O ministro observou que nas áreas indígenas há ouro, nióbio, manganês e cassiterita, o maior riqueza natural e o menor desenvolvimento econômico.